segunda-feira, janeiro 30

O rescaldo dum sufrágio morno

Cavaco Silva não ficou nada melindrado pela pequena margem que lhe deu a vitória na primeira volta, e prepara-se para tomar posse. Já anda a tratar da sua mudança para Belém, e podemos vê-lo esta semana em amena cavaqueira com o predecessor.

Alegre parece que apreciou o mediatismo que conseguiu, continua a dar discursos e levantar polémicas. Houve boatos que ia ser criado um novo partido, mas não, apenas criaram um movimento de cidadãos que não irá interferir na vida dos partidos... que tolice é esta? Será que o poeta vai tentar uma noite das facas longas no PS?

Entretanto Sócrates foi apresentar ao parlamento um pacote de medidas destinadas à desburocratização da administração pública. O debate foi muito pouco animado, o que é estranho dada a importância das dez medidas apresentadas. Na sua maioria são destinadas às empresas, o objectivo é poupar tempo e dinheiro reduzindo burocracia. Há outras que nos podem afectar directamente, parece que daqui a uns tempos vamos deixar de ter de preencher a declaração de finanças, a DGCI já dispõe do todos os dados pertinentes da nossa vida contributiva, por isso pode elaborar a declaração, resta ao contribuinte aprovar ou reclamar.

As medidas parecem-me muito bem, só espero é que passem do papel. Esta medidas têm outras implicações além dos benefícios óbvios. Concerteza existem milhares de funcionários públicos que não fazem nada além de empurrar papeladas dum lado para o outro. Além de acabar com as tais papeladas, será que também os devemos mandar para casa? Ou arranjar-lhes qualquer coisa de útil para fazer? Alguem devia ter a coragem de abordar este tema, mesmo que lhe custe uns quantos votos, problema fulcral da administração pública que tem vindo a ser ignorado por sucessivos governos.

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