domingo, julho 30

A América Neo-Conservadora

O governo nos Estados Unidos mergulhou com a administração Bush numa doutrina claramente conservadora, tanto a nível de política externa como interna. A doutrina em si, apelidada de neo-conservadora, não tem como mentor intelectual o presidente como é óbvio, foi construída pelas pessoas que acompanham mais de perto George W. Bush. Há quem diga que é Dick Cheney que manda hoje em dia no mundo, o que é certo é que são as empresas de Cheney e de Donald Rumsfeld que conseguiram os contratos milionários para a reconstrução do Iraque.

Até aqui nada de novo, uma mão lava a outra, estas negociatas sempre ocorreram nos bastidores da política. Mas neste caso não podemos deixar de nos interrogar, quais foram as verdadeiras razões que levaram à invasão do Iraque, já que armas maciças nem vê-las. Recentemente Bush passou mais uma vez por idiota, quando vetou uma lei que regulava o estudo científico sobre células estaminais, George justificou-se dizendo que se opõe a qualquer atentado à vida humana, e classificou esse tipo de investigação como assassinato. Ora todos sabemos que entretanto continua a morrer gente no Iraque... e que se passa com os presos acusados de terrorismo, que efectivamente perderam todos os direitos e estão a ser detidos em Guantanamo sem supervisão de nenhum orgão internacional.

Há muitos sintomas de um défice democrático, torna-se também visível uma política de desinformação e repressão de ideias existente em território americano, até em agências governamentais. Um dos exemplos mais gritantes da tentativa de suprimir opiniões dissonantes, são as fricções entre a Casa Branca e a Nasa. Estudos levados a cabo pela agência espacial a respeito do aquecimento global continuam a indiciar que é preciso haver uma inversão nas políticas de desenvolvimento e um uso mais cabal de recursos. Coincidência ou não, desapareceu misteriosamente do texto que define a missão da NASA a frase que lhe dá a responsabilidade de investigar e comprrender o nosso planeta Natal.

Mas não fica por aqui a coisa, há bastante mais suspeitas sobre falta de transparência a recair sobre a actual administração republicana. Estão a chegar aos tribunais vários casos de opositores a esta administração que foram detidos durante a campanha eleitoral que deu a última (e apertada) vitória a Bush Júnior. Na sua maioria as detenções visaram evitar a participação do visado nalgum acto de protesto ou de campanha, seguido-se a libertação em seguida. O descontentamento interno cresce, há mais sinais. Tenho curiosidade de ver America: Freedom to Fascism, um filme que exprime exactamente este tipo de preocupações. Não se trata de um exercício de sensacionalismo à la Michael Moore, mas de uma perspectiva histórica que nos quer deixar a pensar, está disponível o trailer online.

Para aguçar ainda mais a curiosidade sobre os planos para a hegemonia americana, ou talvez para provocar um pouco mais, deixo aqui um documentário sobre a dita doutrina neo-conversadora, e o seu pai intelectual, Paul Wolfowitz.

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